Vetnil firma parceria com a Sociedade Franco Brasileira de Oncologia e patrocina o projeto KDOG BRASIL
O projeto, que foi idealizado pelo Institut Curie, um grande centro de pesquisa e tratamento do câncer da França, tem por objetivo a detecção precoce do câncer de mama por meio do olfato de cães, devidamente treinados
A Vetnil, uma das maiores empresas do setor veterinário, acaba de fechar uma parceria com a Sociedade Franco Brasileira de Oncologia (SFBO) para patrocinar o Kdog (Cancer Detect Group) Brésil, um projeto de detecção precoce do câncer de mama, por meio do olfato de cães – cerca de 1 mil vezes mais apurado que dos humanos e devidamente treinados para este propósito. Idealizado pelo Institut Curie, um grande centro de pesquisa e tratamento do câncer da França, a iniciativa já está em funcionamento no país europeu e deve ser implantada no Brasil, na cidade de Petrópolis (RJ), até o início de 2020.
Em 2018, uma comitiva brasileira passou 12 dias conhecendo os estudos feitos pelo Institut Curie, na França. O trabalho foi visto de perto pelo cinotécnico Leandro Lopes, responsável pelo canil da Guarda Civil em Petrópolis; pela oncologista Carla Ismael, membro do CTO (Centro de Tratamento Oncológico) em Petrópolis e presidente da SFBO; pelo oncologista Christian Domenge, vice-presidente da SFBO) e por Roberta Lopes, que se tornou coordenadora administrativa do projeto no Brasil. O prefeito de Petrópolis, Bernardo Rossi, viabilizou o espaço, onde um cão está sendo preparado para o serviço. Trata-se de um pastor holandês que recebeu o nome de Black. Recentemente, nos dias 01 e 02 de outubro, os representantes do SFBO participaram do 1º Congresso Internacional de Cães de Biodetecção. Dr. Christian Domenge e Dra. Carla proferiram a palestra ‘Relevância da detecção X outros métodos de diagnóstico’ e falaram sobre o interesse da triagem do câncer de mama precoce no Brasil, com a implementação do projeto Kdog.
O câncer de mama é um dos três tipos de maior incidência no mundo e que já representa quase 12% do total dos casos registrados. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, a enfermidade é a que mais acomete as mulheres, excluindo os tumores de pele não melanoma. A entidade estima também que, até o final de 2019, 59.700 pacientes tenham passado pelo tratamento, o que representa 51,29 ocorrências por 100 mil pessoas no país.
Segundo Dra. Carla Ismael, membro do CTO (Centro de Tratamento Oncológico) em Petrópolis e presidente da SFBO, o objetivo do projeto é sugerir a mamografia – exame indicado a ser realizado por mulheres a partir dos 40 anos – àquelas que possuem suspeita de câncer, de acordo com o método Kdog. Como consequência, ao detectar a doença precocemente, a taxa de cura aumenta e, consequentemente, diminui a agressividade do tratamento e também do custo. “O projeto Kdog é uma aposta médica ousada. Sem contato com a pessoa, os cães conseguem identificar a presença de tumores malignos ao inalar o suor humano coletado por meio de um lenço”, declara. A médica explica que um dos principais motivos do projeto ser realizado em Petrópolis é principalmente por ter uma rede de Programa de Saúde da Família atuante no SUS e que funciona bem quanto à prevenção de enfermidades.
O protocolo Kdog nasceu de uma parceria entre as pesquisas de uma ex-enfermeira sobre o cheiro de tumores cancerosos e o trabalho de um adestrador de cães especializados em achar explosivos. Em um teste, utilizando este método, com dois cães da raça pastor-belga devidamente treinados, realizado com 130 pacientes voluntárias, a taxa de acerto foi de 100%, o que deixou os especialistas da Academia de Medicina da França bastante impressionados. Na França, os cães são treinados por uma equipe multidisciplinar do Institut Curie.
Aurélie Thuleau, bióloga responsável pelo novo protocolo no Instituto Curie, explica que se trata de um protocolo médico extremamente confiável, barato e não invasivo. “Um dos grandes benefícios do projeto Kdog será, com certeza, poder exportar este procedimento para países menos favorecidos, onde a população tem pouco ou nenhum acesso a scanners e outros serviços de diagnóstico médico por meio de imagens. É um método não invasivo, sem dor e mais facilmente exportável para outras regiões ou países”, explica. “O grande trunfo é o olfato poderoso dos cães e agora estamos fazendo pesquisas para identificar o odor de outros tipos de câncer, como o de ovário”, complementa a bióloga.
“Para a Vetnil é uma honra patrocinar um projeto tão importante como o Kdog, que deve, em longo prazo, beneficiar milhares de pessoas em todo o mundo. Nosso objetivo é facilitar o acesso do protocolo Kdog às mulheres no Brasil, além de disseminar a informação em prol da prevenção e cura do câncer de mama”, afirma Cristiano de Sá, diretor de marketing e novos negócios da Vetnil.